Família de goiana assassinada no Japão faz vaquinha para trazer corpo ao Brasil
Para quem puder ajudar, o PIX (62) 99570-9612 em nome de Valdeina Borges da Silva, banco: Nubank

A família de Amanda Borges da Silva, goiana assassinada em Narita, no Japão, iniciou uma campanha de arrecadação para viabilizar o traslado dos restos mortais da vítima de volta ao Brasil. O custo total do processo pode ultraar R$ 70 mil. A expectativa é de que a família precise arrecadar $ 9.580 — cerca de R$ 55 mil — o que representa aproximadamente 70% do valor necessário. O montante exato ainda depende da finalização dos orçamentos. Os 30% restantes serão complementados por meio do fundo de ajuda do Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás (GAI).
Além da dor da perda, os familiares de Amanda enfrentam o desafio financeiro para realizar a repatriação, já que o valor disponibilizado pelo governo estadual não cobre todos os custos. Por isso, a vaquinha online tem sido a principal alternativa para que a família consiga trazer Amanda de volta para Goiás.
Para quem deseja contribuir, a mãe de Amanda, Valdeina Borges da Silva, disponibilizou uma chave PIX: (62) 99570-9612, em seu nome e vinculada à instituição financeira Nubank, para arrecadar o valor necessário para ter de volta os restos mortais da jovem, que era filha única.
A goiana assassinada no Japão, que é natural de Caldazinha em Goiás, foi encontrada morta em um apartamento próximo ao Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio, no dia 1º de maio. Segundo relato do primo dela, Thiago Borges, ao Mais Goiás, a jovem apresentava sinais de asfixia por fumaça. A principal suspeita é de que Amanda tenha sido dopada e deixada para morrer queimada.
Um indiano, identificado como Abeysuriyapatabedige Pathum Udayanga, 31 anos, que já tinha agens pela polícia local, foi preso conforme informado pela Agência de Notícias japonesa NHK. Ele é apontado como o principal suspeito do crime. As autoridades japonesas seguem investigando o caso.
Processo lento e orçamento limitado
De acordo com Giordano de Souza, chefe do Gabinete do GAI, a pasta está oferecendo apoio à família para a repatriação das cinzas de Amanda, com base no programa de auxílio funerário destinado a goianos vitimados no exterior.
A família da vítima manifestou interesse em trazer o corpo da jovem, então, neste caso, os parentes deverão complementar os valores adicionais para serviços, que incluem o embalsamamento do corpo e o transporte da urna funerária. “O governo do Estado oferece um valor fixo para a cremação e repatriação das cinzas, mas se a família desejar a repatriação do corpo ou outros serviços, será necessário complementar”, afirmou.
O processo, regulamentado por lei, determina que a ajuda financeira só pode ser destinada a prestadores de serviços com orçamentos compatíveis e previamente aprovados. Segundo Giordano, a família de Amanda já autorizou os trâmites, e o governo está atuando no envio dos orçamentos necessários. No entanto, ele ressalta que o procedimento pode ser mais demorado, já que precisa seguir critérios legais que garantem a economicidade e a impessoalidade. Enquanto isso, a família busca arrecadar o valor restante por meio da campanha solidária.
Giordano destacou que o apoio do governo cumpre seu papel legal de amparar famílias em situações de vulnerabilidade e o valor para essa ajuda é limitado devido ao orçamento fixo para todas as famílias que desejam trazer seus entes queridos. “Infelizmente, nem todos têm um seguro de viagem ou repatriação. A lei foi criada para evitar que nenhum goiano fique em situação de indigência no exterior”, afirmou.
A repatriação envolve a coordenação com o consulado brasileiro no Japão, e Giordano enfatizou que o processo é demorado devido à distância, fuso horário e aos trâmites legais. “Estamos fazendo o possível para agilizar, mas é um processo lento”, concluiu.
Itamaraty não cobre custos com traslados
Em nota enviada ao Mais Goiás, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, está em contato com os familiares de Amanda, prestando assistência consular e acompanhando os trâmites junto às autoridades japonesas.
O Itamaraty esclareceu que não arca com os custos do traslado de restos mortais de brasileiros falecidos no exterior, conforme estabelecido pelo §1º do artigo 257 do Decreto nº 9.199/2017, sendo responsabilidade exclusiva da família. A pasta fornecem apoio com documentos necessários e orientações sobre os procedimentos locais, respeitando a legislação internacional e o direito à privacidade.
Leia nota na íntegra do Ministério das Relações Exteriores (MRE):
“O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, tem ciência do caso e está em contato com os familiares da brasileira, a quem presta assistência consular, e com as autoridades japonesas.
Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de o à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações detalhadas sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.
Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017.
A atuação consular do Brasil pauta-se pela legislação internacional e nacional. Para saber o que uma repartição consular do Brasil pode ou não fazer, recomenda-se consulta à seguinte seção do Portal Consular do Itamaraty.” (que pode ser ada aqui).