Netanyahu diz que só negocia fim da guerra se Hamas deixar Gaza
Netanyahu afirma que diálogo indireto no Qatar inclui discussão sobre terminar conflito, mas exige desmantelamento do grupo terrorista

(Folhapress) Israel só vai negociar o fim da guerra com o grupo terrorista Hamas se houver desmilitarização da Faixa de Gaza, além do exílio da facção, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, divulgado neste domingo (18).
As negociações indiretas entre Israel e Hamas, que estão ocorrendo desde sábado em Doha, capital do Qatar, incluem discussões sobre o fim da guerra, bem como uma proposta de trégua e acordo de libertação de reféns.
Um alto funcionário israelense disse que até o momento houve pouco progresso na mediação, que está sendo feita por diplomatas do Egito e do Qatar, com apoio dos Estados Unidos.
Na noite de sábado, ataques aéreos israelenses mataram ao menos cem palestinos em toda a Faixa de Gaza, informaram neste domingo autoridades de saúde locais, ligadas ao Hamas.
Não houve comentário imediato por parte do Exército israelense, que tem intensificado seus ataques ao território desde quinta-feira, como preparação para uma nova ofensiva terrestre com o objetivo de alcançar “controle operacional” em partes de Gaza.
“Temos pelo menos cem mártires desde a noite ada. Famílias inteiras foram apagadas do registro civil pelos bombardeios israelenses”, disse Khalil Al-Deqran, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, à Reuters.
Israel tem bloqueado a entrada de suprimentos médicos, alimentos e combustível em Gaza desde o início de março para pressionar o Hamas a libertar reféns israelenses. O Hamas afirma que só libertará os reféns em troca de um cessar-fogo israelense.
A Sky News Árabe e a BBC relataram durante a madrugada que o Hamas teria proposto libertar cerca de metade dos reféns israelenses em troca de um cessar-fogo de dois meses e da libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Contatado pela Reuters, um funcionário do Hamas disse: “A posição de Israel não mudou, eles querem seus prisioneiros libertados sem se comprometer a encerrar a guerra.”
Complicando ainda mais as negociações, reportagens na mídia israelense e árabe indicaram que o líder do Hamas, Mohammed Sinwar, pode ter sido morto. O grupo não confirmou nem negou os relatos. O Ministério da Defesa de Israel também não comentou imediatamente.
Em Israel, Einav Zangauker, mãe do refém Matan Zangauker, disse que Netanyahu está se recusando a encerrar a guerra em troca da libertação dos reféns restantes por motivos políticos. “O governo israelense ainda insiste apenas em acordos parciais. Eles estão nos torturando deliberadamente. Tragam nossos filhos de volta já! Todos os 58”, disse Zangauker em uma postagem na rede social X.
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