Fotógrafo Sebastião Salgado morreu em razão de leucemia, diz família

O fotógrafo Sebastião Salgado morreu em razão de uma leucemia. A informação foi divulgada pela família na sexta-feira (23/5), logo após o falecimento do profissional. O brasileiro foi a óbito em Paris, aos 81 anos.

De acordo com nota divulgada pelos familiares, Sebastião Salgado lutava contra uma leucemia grave, desenvolvida como complicação de uma malária contraída em 2010, durante uma expedição fotográfica na Indonésia. Desde então, ele lutava contra os efeitos da doença.

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em Aimorés, Minas Gerais, em 1944. Formado em economia, ele abandonou uma promissora carreira no Banco Mundial para se dedicar integralmente à fotografia a partir de 1973. Sua câmera o levaria por mais de 100 países, registrando conflitos, migrações, culturas e o meio ambiente com uma sensibilidade ímpar e um rigor estético que o tornaram referência mundial.

Trabalhos

Salgado eternizou rostos anônimos e paisagens esquecidas em projetos fotográficos de fôlego, como Trabalhadores (1993), Êxodos (2000) e Gênesis (2013), obras que combinam arte, denúncia social e consciência ambiental. Em 1998, junto com a esposa Lélia, fundou o Instituto Terra, uma iniciativa de reflorestamento e preservação da Mata Atlântica na região do Vale do Rio Doce, que se tornou exemplo global de restauração ecológica.

Em 2014, sua vida e obra foram retratadas no documentário O Sal da Terra, codirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders e por seu filho Juliano Ribeiro Salgado. O filme foi premiado no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário, consolidando ainda mais o impacto do fotógrafo fora do campo visual.

Sebastião Salgado deixa a esposa Lélia e dois filhos. Deixa também um legado que transcende a fotografia: um compromisso ético com a dignidade humana e com o planeta.]

Confira nota da família sobre a causa da morte de Sebastião Salgado

É com grande tristeza que comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado. Durante mais de cinco décadas, Sebastião e sua inseparável companheira Lélia Wanick Salgado construíram uma obra fotográfica inigualável, com um conteúdo profundamente humanista e um olhar sensível sobre as populações mais desfavorecidas e os problemas ambientais que ameaçam nosso planeta. Com Lélia, fundou o Instituto Terra, uma organização de reflorestamento em Aimorés, no estado de Minas Gerais (Brasil), que já plantou mais de 3 milhões de árvores. Por meio das lentes de sua câmera, Sebastião lutou incansavelmente por um mundo mais justo, mais humano e mais ecológico. Fotógrafo que viajou pelo mundo sem cessar, ele contraiu uma forma particular de malária em 2010 na Indonésia, como parte de seu projeto Gênesis. Quinze anos depois, as complicações dessa doença se transformaram em uma leucemia grave. Além de sua esposa Lélia, Sebastião deixa seus filhos Juliano e Rodrigo e seus netos Flávio e Nara.

Família de Sebastião Salgado