Morre Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia brasileira, aos 81 anos

Morreu aos 81 anos o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, reconhecido mundialmente por seu trabalho humanista e por retratar com intensidade as desigualdades sociais, os deslocamentos humanos e a resistência da natureza. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Terra, organização fundada por Salgado e sua esposa, a arquiteta Lélia Deluiz Wanick Salgado.

“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade”, escreveu a entidade em nota de pesar.

Reconhecido internacionalmente por seu trabalho fotográfico voltado para questões sociais, ambientais e humanitárias, Salgado percorreu dezenas de países ao longo de cinco décadas para registrar o trabalho manual, os fluxos migratórios, populações indígenas e as relações entre o homem e o meio ambiente.

Entre suas obras mais conhecidas estão os projetos Trabalhadores (1993), Êxodos (2000) e Gênesis (2013), que reuniram imagens em preto e branco de forte apelo visual e simbólico, sempre voltadas à denúncia e à valorização da dignidade humana.

Mineiro de Aimorés, economista de formação e radicado por anos na França, Salgado foi membro da prestigiosa agência Magnum e recebeu prêmios como o Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades. Além da fotografia, também se destacou pela atuação em defesa do meio ambiente, principalmente por meio do Instituto Terra, responsável pela recuperação de uma área degradada da Mata Atlântica em Minas Gerais.

O Instituto informou que Salgado deixa a esposa, os filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Nara. Ainda não há informações sobre a causa da morte nem detalhes sobre o velório e o sepultamento. Veja o texto na íntegra:

Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador.

Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.

Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa.

Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar.

Nosso eterno Tião, presente!
Hoje e sempre.

Instituto Terra