Crítica: Carros 3 (2017) | Especial Pixar
Longa-metragem foi dirigido por Brian Fee, que faz sua estreia como diretor
“Carros 3” resgata a essência das corridas e ensinamentos sobre humildade e amadurecimento tão presentes no filme original de 2006, e que haviam se perdido na sequência péssima “Carros 2“, que apostou em uma trama de espionagem forçada completamente divergente daquilo que havia sido apresentado anos antes. Foi o único deslize grave da Pixar até hoje, e por isso, o anúncio de um terceiro filme da franquia me deixou preocupado e receoso de ser outra empreitada apenas comercial, e sem qualidade. Mas felizmente, isto não acontece.
O diretor Brian Fee – estreante na direção e que já trabalhou no departamento de arte de vários projetos da Pixar – faz uma declaração de amor ao primeiro longa e constrói uma história que leva adiante o legado de Relâmpago McQueen. Desta vez, McQueen se encontra numa situação que todos os seus ídolos, um dia, também estiveram: a aposentadoria. Após anos ganhando campeonatos e sendo considerado um dos melhores corredores do mundo, agora ele está ficando velho, e ultraado, e pouco tem a oferecer em velocidade diante dos novos carros altamente tecnológicos do mercado.
O contraste de gerações é mais uma vez um dos temas do roteiro. No primeiro filme McQueen era um jovem orgulhoso e prepotente que achava que sabia de tudo e não precisava de ninguém, mas ele recebeu a ajuda de Doc Hudson, um ex-corredor aposentado, que após sofrer um acidente grave se muda para uma cidade pequena dos EUA.
Voltar ao ado de Hudson é um ideia inteligente pois colabora para o ciclo de vida ensinado aqui. Antes, Hudson era o corredor indomável e fervoroso e um dia também precisou enfrentar a evolução do mundo. Isto é importante para amadurecer a imagem de McQueen que agora a pela mesma situação. E entender o momento de parar em algo é um o importante em nossa evolução. O saber se reinventar e encontrar seu lugar ao sol é um dos temas mais bacanas deste “Carros 3”, que ao se inspirar também na franquia “Rocky Balboa”, supera de longe o vexame do péssimo segundo filme.
Cars 3/EUA – 2017
Dirigido por: Brian Fee
Vozes no original: Owen Wilson, Cristela Alonzo, Chris Cooper, Armie Hammer…
Sinopse: Durante mais uma disputa eletrizante nas pistas, o campeão Relâmpago McQueen acelerou demais e acabou perdendo o controle. Agora, após ter capotando várias vezes e quase ter partido dessa para melhor, o vermelinho vai ter sua vida alterada para sempre. O acidente foi tão grave que, com os estragos, McQueen pode ter que se aposentar de vez.