Déficit milionário no transporte coletivo desafia prefeitos da Grande Goiânia
Prefeituras somam mais de R$ 106 milhões em faturas abertas

O subsídio ao transporte público na Região Metropolitana de Goiânia tem sido um dos principais desafios das novas gestões municipais, que herdaram dívidas volumosas e um sistema ameaçado pela falta de rees. A inadimplência dos municípios já ultraa os R$ 106 milhões em faturas abertas, comprometendo a sustentabilidade do transporte coletivo e colocando em risco benefícios como a manutenção da meia tarifa e a expansão da infraestrutura de mobilidade.
Atualmente, apenas o estado de Goiás e a prefeitura de Senador Canedo estão com os pagamentos em dia. Enquanto isso, Goiânia e Aparecida de Goiânia, os maiores entes da região metropolitana, iniciam suas novas gestões sob pressão para regularizar os rees atrasados.
O prefeito da capital, Sandro Mabel (UB), anunciou um plano para parcelar o débito herdado em 12 vezes e garantir o pagamento mensal do subsídio, que gira em torno de R$ 22 milhões. Já o prefeito de Aparecida, Leandro Vilela (MDB), assegurou que os pagamentos serão realizados regularmente a partir de fevereiro, além de trabalhar para quitar os R$ 26 milhões deixados em aberto pela gestão anterior.
A falta de ree por parte dos municípios impacta diretamente a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), responsável por redistribuir os valores às empresas operadoras do sistema. Sem os recursos necessários, há um risco crescente de colapso no serviço, o que afetaria diretamente os usuários, especialmente os trabalhadores que dependem do transporte público diariamente.
A situação se torna ainda mais crítica nos municípios menores, como Trindade e Goianira, onde não há sinais concretos de ações para equacionar a dívida. Embora suas contribuições percentuais no subsídio sejam menores, a inadimplência gera um efeito cascata que compromete toda a estrutura do transporte coletivo. Eles garantem que vão regularizar a questão.
O Estado de Goiás e Goiânia são os maiores contribuintes, arcando cada um com 41,2% do montante total, enquanto municípios como Trindade e Goianira respondem por apenas 2,13% e 1,26%, respectivamente. Entretanto, mesmo essas participações menores fazem diferença quando não são pagas.
A questão central a por um dilema fiscal: como os municípios podem arcar com o subsídio sem comprometer outras áreas essenciais? A resposta está na gestão eficiente e reorganização financeira. Os novos prefeitos precisam renegociar dívidas, buscar parcerias público-privadas e enxugar gastos para que possam honrar os compromissos sem sobrecarregar outras áreas da istração. Leandro Vilela, por exemplo, anunciou cortes de despesas e revisão de contratos para viabilizar os pagamentos.
A crise do subsídio do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia não é apenas um problema financeiro, mas expõe políticas públicas mal planejadas e a falta de priorização do transporte público como um serviço essencial. Para além da regularização dos rees, é necessário um debate mais profundo sobre a necessidade de um modelo de financiamento mais sustentável, que não dependa exclusivamente das prefeituras. O futuro do transporte público na região dependerá da capacidade dos prefeitos de não apenas resolver os ivos herdados, mas de construir um sistema sólido e financeiramente viável a longo prazo.