Governo federal concede anistia e faz pedido de desculpas à Dilma Roussef 

Em meio ao debate sobre a concessão de perdão aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concedeu, nesta quinta-feira (22), a anistia política à ex-presidente Dilma Rousseff. Foi feito também um pedido de desculpas pela perseguição e tortura realizada pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

A petista também receberá uma reparação econômica de R$ 100 mil em razão da demissão da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul, em 1977.

A medida deve esquentar ainda mais o movimento de bolsonaristas pela anistia aos condenados pela trama golpista.

“Esta comissão, pelos poderes que lhe são conferidos, lhe declara [Dilma Vana Rousseff] anistiada política brasileira e, em nome do Estado brasileiro, lhe pede desculpas por todas as atrocidades que lhe causou o estado ditatorial; causou à senhora, a sua família, aos seus companheiros de luta e, ao fim e ao cabo, a toda a sociedade brasileira”, disse a presidente da comissão, a procuradora federal aposentada Ana Maria Oliveira.

“Nós queremos também lhe agradecer pela sua incansável luta pela democracia brasileira, pela sua incansável luta pelo povo brasileiro”, acrescentou Ana Maria durante a sessão plenária da comissão, em Brasília.

Dilma não pôde comparecer pessoalmente, mas a reunião contou com a presença de outros presos políticos e parlamentares, em razão de compromissos como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (o banco do Brics), na China. A sessão foi transmitida ao vivo pelo canal do ministério no YouTube.

 Dilma fez o pedido pela primeira vez em 2002, quando a Comissão de Anistia foi criada. O processo foi suspenso a pedido dela enquanto ocupava os cargos de ministra de Estado e de presidente da República. Em 2016, voltou à tramitação e, em 2022, Dilma teve o pedido negado. A ex-presidente, então, entrou com recurso. Agora, a anistia foi concedida.