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PRIMEIRA VOTAÇÃO

Projeto de lei institui Semana de Combate ao Bullying em escolas goianas

Texto teve 22 votos favoráveis e nenhum contrário; matéria pode ser apreciada em votação definitiva ainda esta semana

Projeto de lei institui Semana de Combate ao Bullying
Projeto de lei institui Semana de Combate ao Bullying

Um projeto de lei (PL) que institui a Semana de Combate ao Bullying e ao Cyberbullying nas escolas goianas da educação básica foi aprovado em primeira votação na última semana. O texto teve 22 votos favoráveis e nenhum contrário.

De autoria do deputado estadual Humberto Aidar (MDB), o PL nº 2004/19 modifica a Lei nº 17.696/2012, definindo o dia 7 de abril para a celebração da semana e entende como educação básica “a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio”.

Ainda segundo o texto, considera bullying “a prática reiterada e habitual de atos de violência física, verbal ou psicológica, de modo intencional, exercida por indivíduo ou grupo de indivíduos contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir, causar dor ou sofrimento, angústia ou humilhação à vítima, inclusive por meio de exclusão social”. No caso do cyberbullying, vale a mesma situação, mas “efetivada por meio da rede mundial de computadores – internet, envolvendo redes sociais, sites ou qualquer outro meio digital, com os mesmos objetivos do bullying”.

Segundo a justificativa de Humberto Aidar, a medida visa alinhar a política estadual à data nacional. O intuito é tornar mais efetivo este movimento.

Bullying

Divulgada no ano ado, a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem 2018 (Talis, na sigla em inglês), informa que o ambiente das escolas brasileiras é duas vezes mais suscetível ao bullying do que a média geral das instituições de ensino em 48 países. A análise apresenta dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

28% dos diretores das escolas brasileiras no ensino fundamental, segundo a pesquisa, disseram que a intimidação ou o bullying ocorrem semanalmente ou diariamente nas instituições de ensino. Além disso, 18% dos es das unidades educacionais confirmam a situação.

A média da América Latina é 13%. Do mundo, 14%. Foram mais de 250 mil professores e diretores ao redor do globo. Apenas no sistema público, esse número é maior ainda, no Brasil: 35% (ensino fundamental) e 23% (ensino médio).

Um relatório divulgado em fevereiro deste ano pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) indicou que 29% dos alunos de SP disseram ter sido vítimas de bullying em 2019. 23% relataram ter sofriodo violência.

O estudo foi feito com 2.702 adolescentes do nono ano em 119 escolas públicas e privadas da capital paulista. Este também apontou que 15% dos assumiram ter praticado bullying e 19% ter cometido violência.

Psicóloga

A psicóloga Gabriela Vieira Lopes afirmou ao Mais Goiás que o bullying pode ser relacionado a um tipo de violência social, “violência que aparece de forma física e psicóloga, causando consequências negativas para a vítima”. Estas situações podem gerar prejuízos no processo de aprendizagem, baixa autoestima, retração social, estresse e mais.

Ela explica, ainda, que estudos mostram relação do bullying com o aumento de casos de depressão e suicídio na adolescência. “As manifestações psíquicas podem surgir durante a exposição da vítima à agressão e perdurarem pela vida adulta”, aponta.

Além disso, ela reforça que se trata de uma questão séria de saúde mental. “Educadores e pais devem ficar atentos para identificar os sinais de sua ocorrência para agir corretamente, evitando naturalizar a ocorrência do bullying e fornecer o e necessário para todos os envolvidos”, elabora.

Riscos

Um estudo publicado em setembro do ano ado, no Reino Unido, demonstra que adolescentes de 12 a 15 anos que sofrem bullying apresentam três vezes mais risco de tentarem suicídio. Segundo o levantamento, 16% dos alunos de 11 a 16 anos vítimas destes ataques já consideraram tirar a vida para evitarem perseguição.

Além disso, 78% disseram que o problema causa ansiedade e os faz perder noites de sono. Além disso, 57% afirmaram já terem sofrido algum tipo de bullying durante a vida escolar. 74% testemunharam uma intimidação.

O portal também tentou contato Humberto Aidar, mas o telefone do deputado estadual caiu direto na caixa de mensagens. O projeto deve ser apreciado em segunda votação ainda nesta semana.